Por Joseph Guyler Delva
PORTO PRÍNCIPE
PORTO PRÍNCIPE
(Reuters) - Os líderes do Haiti disseram nesta quarta-feira temer que milhares de pessoas tenham morrido no forte terremoto que destruiu o palácio presidencial, escolas, hospitais e favelas do país. Os governos do Brasil e de outros países se mobilizaram para enviar ajuda o mais rápido possível.
Um prédio de cinco andares que servia como quartel-general da Organização das Nações Unidas (ONU) desmoronou após o tremor de magnitude 7,0 da terça-feira, o mais forte a atingir o país em mais de 200 anos, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, disse à Reuters que milhares de prédios desabaram na capital Porto Príncipe e disse acreditar que as mortes podem estar "na casa dos milhares".
Ele disse que não poderia dar estimativas oficiais. Pouco depois, entretanto, afirmou à CNN que os mortos poderiam passar de 100 mil.
O presidente haitiano, René Préval, classificou a destruição como "inimaginável" e disse ao jornal The Miami Herald acreditar que há milhares de mortos. Ele afirmou ter caminhado entre corpos e ter ouvido o choro de pessoas sob os escombros do Parlamento. Entre os soterrados está o presidente do Senado do país.
"Há muitas escolas que têm muitas pessoas mortas", disse Préval ao jornal. "Todos os hospitais estão cheios de pessoas. É uma catástrofe".
Cenas de caos tomaram conta das ruas da capital Porto Príncipe, com pessoas desesperadas caminhando entre os escombros da empobrecida cidade.
O palácio presidencial foi reduzido a ruínas, com suas cúpulas derrubadas sobre as paredes. Préval e sua mulher não estavam no prédio no momento do tremor.
O Exército brasileiro confirmou a morte de ao menos 11 militares após o terremoto. Há outros nove feridos, quatro desaparecidos e três sob os escombros.
A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, também está entre os mortos.
O Brasil lidera as tropas de paz da ONU no Haiti e participa da Minustah, como a força é conhecida, com 1.266 militares. O contingente total da missão é de 9.065 pessoas, sendo 7.031 militares, segundo dados de novembro.
O governo brasileiro irá enviar entre 10 e 15 milhões de dólares e 21 toneladas de mantimentos para o Haiti, informaram o Ministério de Relações Exteriores e o Ministério da Defesa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em nota nesta quarta-feira estar consternado com as consequências do tremor, principalmente em razão da presença de brasileiros que participam da força de paz da ONU no país.
APELO
As informações sobre vítimas e danos chegam lentamente do Haiti por causa de problemas de comunicação no país. Como nação mais pobre do hemisfério ocidental, o Haiti não tem equipamentos suficientes para lidar com esse tipo de desastre.
"Faço um apelo ao mundo, especialmente aos Estados Unidos, para fazer o que eles fizeram por nós em 2008, quando quatro furacões atingiram o Haiti", disse Raymond Alcide Joseph, embaixador do Haiti em Washington, em entrevista à CNN.
O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou que suas "orações" estão com o povo do Haiti e prometeu ajuda imediata.
Teme-se que haja mortos sob os escombros do prédio da ONU. O secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, disse nesta quarta-feira que entre os desaparecidos está o chefe da missão da ONU no Haiti, Hedi Annabi, mas não pode confirmar informações de que ele teria morrido.
Ban disse que entre 100 e 150 pessoas estavam no prédio no momento do tremor.
Em Genebra, autoridades da ONU disseram que a entidade deve divulgar um apelo global emergencial pedindo por fundos e outras formas de assistência. A Comissão Europeia prometeu 3 milhões de euros (4,37 milhões de dólares) em ajuda, enquanto a Alemanha disse que vai enviar imediatamente 1 milhão de euros.
Os Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, França, Bélgica, Suécia, Luxemburgo e Holanda enviaram equipes de reconhecimento e resgate, alguns com cães farejadores e equipamentos pesados, enquanto outros governos ofereceram barracas, unidades purificadores de água, médicos e equipes de telecomunicação.
O epicentro do tremor foi apenas a 16 quilômetros de Porto Príncipe. Cerca de 4 milhões de pessoas vivem na cidade e em localidades próximas. Muitas pessoas dormiram nas ruas, longe de paredes frágeis, após tremores seguintes de magnitude de até 5,9 terem atingido a cidade durante a noite.
O terremoto aconteceu às 17h de terça-feira (20h em Brasília). Testemunhas relataram que as pessoas gritavam "Jesus, Jesus" e corriam para as ruas enquanto prédios de escritório, hotéis e lojas desabavam. Especialistas dizem que o epicentro do sismo foi muito próximo da superfície, a apenas 10 quilômetros de profundidade, o que provavelmente potencializou a destruição.
(Reportagem adicional de Sophie Hardach, Raymond Colitt, Alister Bull, David Morgan, Jane Sutton, Phil Barbara e Patrick Worsnip)
Um prédio de cinco andares que servia como quartel-general da Organização das Nações Unidas (ONU) desmoronou após o tremor de magnitude 7,0 da terça-feira, o mais forte a atingir o país em mais de 200 anos, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, disse à Reuters que milhares de prédios desabaram na capital Porto Príncipe e disse acreditar que as mortes podem estar "na casa dos milhares".
Ele disse que não poderia dar estimativas oficiais. Pouco depois, entretanto, afirmou à CNN que os mortos poderiam passar de 100 mil.
O presidente haitiano, René Préval, classificou a destruição como "inimaginável" e disse ao jornal The Miami Herald acreditar que há milhares de mortos. Ele afirmou ter caminhado entre corpos e ter ouvido o choro de pessoas sob os escombros do Parlamento. Entre os soterrados está o presidente do Senado do país.
"Há muitas escolas que têm muitas pessoas mortas", disse Préval ao jornal. "Todos os hospitais estão cheios de pessoas. É uma catástrofe".
Cenas de caos tomaram conta das ruas da capital Porto Príncipe, com pessoas desesperadas caminhando entre os escombros da empobrecida cidade.
O palácio presidencial foi reduzido a ruínas, com suas cúpulas derrubadas sobre as paredes. Préval e sua mulher não estavam no prédio no momento do tremor.
O Exército brasileiro confirmou a morte de ao menos 11 militares após o terremoto. Há outros nove feridos, quatro desaparecidos e três sob os escombros.
A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, também está entre os mortos.
O Brasil lidera as tropas de paz da ONU no Haiti e participa da Minustah, como a força é conhecida, com 1.266 militares. O contingente total da missão é de 9.065 pessoas, sendo 7.031 militares, segundo dados de novembro.
O governo brasileiro irá enviar entre 10 e 15 milhões de dólares e 21 toneladas de mantimentos para o Haiti, informaram o Ministério de Relações Exteriores e o Ministério da Defesa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em nota nesta quarta-feira estar consternado com as consequências do tremor, principalmente em razão da presença de brasileiros que participam da força de paz da ONU no país.
APELO
As informações sobre vítimas e danos chegam lentamente do Haiti por causa de problemas de comunicação no país. Como nação mais pobre do hemisfério ocidental, o Haiti não tem equipamentos suficientes para lidar com esse tipo de desastre.
"Faço um apelo ao mundo, especialmente aos Estados Unidos, para fazer o que eles fizeram por nós em 2008, quando quatro furacões atingiram o Haiti", disse Raymond Alcide Joseph, embaixador do Haiti em Washington, em entrevista à CNN.
O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou que suas "orações" estão com o povo do Haiti e prometeu ajuda imediata.
Teme-se que haja mortos sob os escombros do prédio da ONU. O secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, disse nesta quarta-feira que entre os desaparecidos está o chefe da missão da ONU no Haiti, Hedi Annabi, mas não pode confirmar informações de que ele teria morrido.
Ban disse que entre 100 e 150 pessoas estavam no prédio no momento do tremor.
Em Genebra, autoridades da ONU disseram que a entidade deve divulgar um apelo global emergencial pedindo por fundos e outras formas de assistência. A Comissão Europeia prometeu 3 milhões de euros (4,37 milhões de dólares) em ajuda, enquanto a Alemanha disse que vai enviar imediatamente 1 milhão de euros.
Os Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, França, Bélgica, Suécia, Luxemburgo e Holanda enviaram equipes de reconhecimento e resgate, alguns com cães farejadores e equipamentos pesados, enquanto outros governos ofereceram barracas, unidades purificadores de água, médicos e equipes de telecomunicação.
O epicentro do tremor foi apenas a 16 quilômetros de Porto Príncipe. Cerca de 4 milhões de pessoas vivem na cidade e em localidades próximas. Muitas pessoas dormiram nas ruas, longe de paredes frágeis, após tremores seguintes de magnitude de até 5,9 terem atingido a cidade durante a noite.
O terremoto aconteceu às 17h de terça-feira (20h em Brasília). Testemunhas relataram que as pessoas gritavam "Jesus, Jesus" e corriam para as ruas enquanto prédios de escritório, hotéis e lojas desabavam. Especialistas dizem que o epicentro do sismo foi muito próximo da superfície, a apenas 10 quilômetros de profundidade, o que provavelmente potencializou a destruição.
(Reportagem adicional de Sophie Hardach, Raymond Colitt, Alister Bull, David Morgan, Jane Sutton, Phil Barbara e Patrick Worsnip)